Ante o novo caso de violência machista ocorrido em Roquetas (Almería) cujo resultado foi o assassinato de uma mulher de 33 anos a mãos do seu casal, quero manifestar a minha rejeição a qualquer tipo de violência exercida contra as mulheres.
No entanto, na sua nota de imprensa qualifica-se a esta violência de “violência no meio familiar”:
“26 de dezembro de 2011. A Ministra de Sanidade, Serviços Sociais e Igualdade, Ana Mato, condenou o último caso mortal por violência no meio familiar ocorrido hoje em Roquetas (Almería). Ana Mato expressou a sua mais absoluta repulsa pela morte de uma cidadã de origem russo, de 33 anos, que foi assassinada pelo seu casal, um cidadão espanhol de 71 anos. O casal tinha um filho em comum.”
Pelisso, junto à minha repulsa pelo novo femicidio que eleva a 59 a cifra de mulheres assassinadas a mãos dos seus casais ou ex-casais no presente ano, manifesto também a minha repulsa à qualificação outorgada por si “como violência no meio familiar”. Permito-me recordar-lhe que esta violência se denomina de género segundo a Lei Integral. Também se denomina violência machista, porque é o resultado mais grave da discriminação e desigualdade que sofrem as mulheres em uma sociedade patriarcal onde o machismo prolifera e se converte em caldo de cultivo da violência contra as mulheres.
A violência no meio familiar engloba diferentes formas desta, não menos importantes, como a exercida contra as pessoas maiores ou as crianças, mas que se diferenciam da violência machista ou de género porque esta a sofremos as mulheres precisamente por sermos mulheres.
Esta mudança na denominação da violência machista é um retrocesso significativo na luta contra a violência machista que tantas pessoas levamos anos realizando. Uma mudança que teria consequências importantes.
Por todo o qual, esigimos retifique publicamente a qualificação outorgada a este novo assassinato e qualifique esta violência como machista ou de género.
O texto é a tradução da carta que podeis enviar à ministra. Aqui em castelhano.