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Ha já 10 anos desde que editamos este livro que segue a estar de plena actualidade.

À sombra da Igreja católica, as misoginias renovam-se continuamente. A Igreja de Roma segue a manter a essência do seu discurso, a ser a grande repressora da mulher ao serviço
do sistema patriarcal.
A sua hierarquia despregou toda a influência moral e política que adquiriu em séculos de domínio sobre corpos e mentes para bloquear cada projecto que alentasse a autonomia
das mulheres.
Nos últimos tempos, depois do anúncio de mudanças na matéria de religiom, de matrimonio etc., a Igreja viu ameaçada a sua posiçom de poder e privilégio, impensável num estado
constitucionalmente separado da Igreja:
A Igreja católica percebe do Estado um financiamento milionário de legalidade incerta.
A Igreja católica tem importantes concessons no sistema educativo, um negócio ideológico e económico, que atinge mesmo aos centros públicos.

A Igreja católica condena os movimentos feministas baseando-se no argumento de que a biologia impujo-nos às mulheres um papel de subordinaçom natural e defende a nossa reclusom na casa, ao
serviço da família.
A Igreja católica atenta contra a saúde. Nom se conforma com que as suas normas sejam seguidas por quem quiger, senom que pretende que essas normas afectem a todo o mundo. E por todo o
mundo tenhem importantes efeitos no controlo da natalidade ou na defesa contra a SIDA. A saúde também atinge os embaraços adolescentes, a contracepçom, os mitos sobre a homossexualidade
e a violência patriarcal. Em seu objectivo de manter umha estrutura repressora nom duvida em empregar argumentos falsos, acientíficos e discriminatórios.
Como é possível que continue desfrutando de privilégios?
Como se lhe pode conceder umha maioria escolar para que transmita e difunda umha doutrina perigosa, fundamentalista e acientífica em centros públicos de ensino?
Como podemos seguir ouvindo teses sobre a maldade intrínseca das “ideologias de género” culpáveis, segundo Ratzinger, de “destruir famílias, vidas e naçons”?
É preciso que a separaçom entre Igreja e Estado seja real e definitiva.
Numha sociedade nom sexista nom há espaço para a submissom do político ao religioso. Nom há espaço para a intoleráncia de bispos, imáns ou rabinos regendo a nossa vida e os nossos corpos.

Para ler preme nesta ligaçom:  https://www.feminismo.org/wp-content/uploads/2011/04/livro-laicismo-MNG.pdf