À sombra da Igreja católica, as misoginias renovam-se continuamente. A Igreja segue a manter a essência do seu discurso, a ser a grande repressora da mulher ao serviço do sistema patriarcal.
A sua hierarquia despregou toda a influência moral e política que adquiriu em séculos de domínio sobre corpos e mentes para bloquear cada projecto que alentasse a autonomia das mulheres.
Nos últimos tempos, depois do anúncio de mudanças na matéria de religiom, de matrimonio etc., a Igreja viu ameaçada a sua posiçom de poder e privilégio, impensável num estado constitucionalmente separado da Igreja:
- A Igreja católica percebe do Estado um financiamento milionário de legalidade incerta.
- A Igreja católica tem importantes concessons no sistema educativo, um negócio ideológico e económico, que atinge mesmo aos centros públicos.
- A Igreja católica condena os movimentos feministas e LGTBI baseando-se no argumento de que a biologia impujo-nos às mulheres um papel de subordinaçom natural e defende os conceitos de sexualidade e familia heteropatriarcal.
- A Igreja católica atenta contra a saúde. Nom se conforma com que as suas normas sejam seguidas por quem quiger, senom que pretende que essas normas afectem a todo o mundo. E por todo o mundo tenhem importantes efeitos no controlo da natalidade ou na defesa contra a SIDA. A saúde também atinge os embaraços adolescentes, a contracepçom, os mitos sobre a homossexualidade e a violência patriarcal. Em seu objectivo de manter umha estrutura repressora nom duvida em empregar argumentos falsos, acientíficos e discriminatórios.
Cómo é possível que continue desfrutando de privilégios?
Cómo se lhe pode conceder umha maioria escolar para que transmita e difunda umha doutrina perigosa, fundamentalista e acientífica em centros públicos de ensino?
Cómo podemos seguir ouvindo teses sobre a maldade intrínseca das “ideologias de género” culpáveis, segundo a igreja católica e organizaçons ultras como Hazteoir?
É preciso que a separaçom entre Igreja e Estado seja real e definitiva.
Numha sociedade nom sexista nom há espaço para a submissom do político ao religioso. Nom há espaço para a intoleráncia de bispos, imáns ou rabinos regendo a nossa vida e os nossos corpos.