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Diante da convocatória de eleições para o 21 de outubro nas que o PP quer procurar um aval eleitoral às suas políticas de recortes as mulheres que fazemos parte de Mulheres Nacionalistas Galegas não podemos nem queremos deixar de fazer público o nosso posicionamento.

Como feministas vemo-nos na obriga de levar avante lutas concretas pela simples sobrevivência, defender alternativas que mesmo apresentam contradições, a realidade impõe-se no mais imediato, no dia-a-dia. Continuamos a nos questionar sobre o quanto precisamos transformar esta sociedade até que, de fato, seja justa para todas as pessoas. A nossa sempre foi e será uma vocação de rutura e transformação, de revolução global, no público e no privado, para toda a Humanidade. Mas os inquéritos refletem a possibilidade de unha nova maioria do PP e achamos esta hipótese um suicídio coletivo como povo e mais ainda como mulheres.

Assistimos a uma situação de crise do capitalismo da que pretendem sair cargando sobre as costas das pessoas mais desfavorecidas o custo da sua avaricia. As políticas neoliberais encaminham-nos cara um futuro onde as desigualdades cada vez som mais profundas. As verdadeiras vítimas desta crise, as que estamos a pagar estas reformas, não só dos nossos petos mas também a costa dos nossos direitos, somos as mulheres.

Para conquistarmos o lugar em que estamos, foram necessárias muitas mudanças e quebra de paradigmas. As conquistas foram alcançadas por mulheres que não se cansaram, que persistiram, que permaneceram na batalha. Após anos de luta conseguimos que se aprovaram leis específicas que reconhecem os nossos direitos.

O fundamentalismo anti-igualitário que, depois de causar a crise, quer ser a sua solução, ataca o chamado Estado de Bem-estar. Nos dois últimos anos estamos a viver um recorte absoluto da despesa pública e um retrocesso nas políticas de igualdade entre mulheres e homens.

Na Galiza estamos a assistir a um desmantelamento das redes públicas que ajudavam na luta pela igualdade, isto constitui sem dúvida uma agressão aos nossos direitos básicos. Por cada direito que perdemos as mulheres toda a sociedade esta a dar um passo atrás na luta pelos mais elementares direitos democráticos.

Somos conscientes que nenhuma das opções que se apresenta ou que se puder apresentar recolhe todas as nossas demandas e de que uma vez conseguido o objetivo de não obter o PP a maioria os nossos problemas não vão desaparecer. Há muito por melhorar nos partidos à esquerda do PP…

Neste momento o objetivo é claro: lutar e defender os nossos direitos. Acreditamos em voto útil; aquele que não ajuda a eleger parlamentári@s da direita machista, racista e homofóbica. Aquele que defende os nossos sinais de identidade como povo. Aquele que avança nos questionamentos que faz o feminismo; esse é  para as MNG o voto mais útil possível.

Não vamos entrar em consideração de a quem mas como feministas consideramos eixos fundamentais de qualquer programa o contemplar medidas dirigidas à melhoria das políticas com uma olhada de género, como o fortalecimento dos organismos autonómicos de igualdade, Planos de Igualdade continuados, com objetivos concretos e avaliação transparente e participativa e a participação das organizações de mulheres no seguimento destas políticas…

Um projeto para a Galiza que reflita um compromisso com a promoção da igualdade, com mecanismos de participação e recursos, e pela transversalidade na sua ação em matéria de vivenda, segurança, transportes públicos, emprego, sanidade. Exigimos um relatório participativo do impacto de género dos Orçamentos da Xunta de Galicia.

Educação, Lei de Dependência e Saúde com o objetivo de garantir a sua universalidade e gratuidade, assim como o firme compromiso de lutar para erradicar a Violência de género e a ampliação dos recursos económicos e humanos que cada um destes âmbitos precisar incorporar são os quatro eixos para um “programa feminista”. Trata-se de priorizar uma focagem social, das pessoas, de elevar a despesa pública em saúde e educação e de frear o processo de privatização. Incluindo às mulheres na elaboração, desenvolvimento e avaliação dos diferentes programas.

Em definitiva um projeto de país que contemple os seguintes princípios:

  • A Galiza é uma nação que tem negados os seus direitos políticos. Na formulação de qualquer projeto nacional que se considere libertador o Feminismo deve estar presente.
  • O capitalismo é um modo de produção contrário aos interesses das mulheres e da humanidade em geral. As leis do mercado e do máximo beneficio som contrárias aos princípios de interesse social e solidariedade básicos.

O hetero-patriarcado, como sistema de poder e modelo de dominação, apoia-se no capitalismo neoliberal. No esquema capitalista, a vida humana mercantiliza-se e o mercado dirige as decisões sociais, conduz polí­ticas e asigna valor aos seres humanos segundo a sua capacidade de gerar ganâncias económicas.

Rejeitamos a instrumentalização das nossas luitas para legitimar as estruturas patriarcais. Falar no nosso nome é desposuir-nos da nossa trajetória. Fronte a isto defendemos a autonomia pessoal e intelectual dos movimentos de mulheres. Quando uma mulher, mais outra, mais outra, lutam por ser mais livres e por romper o entramado da opressão masculina, está-se construindo um movimento que atenta contra o sistema de dominação.

As eleições estão aí, no final da semana e jogamo-nos muito. Som horas de comparar programas, conhecermos as propostas que para o futuro deste país e das suas mulheres se nos oferecem e emitir um voto em consequencia: que não decidam por nós.

Em MNG, desde Galiza, desde a rebeldia, seguiremos DESAFIANDO O PATRIARCADO

Saudações feministas!

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