Mulheres Nacionalistas Galegas (MNG) inaugura no sábado, dia 17 de Dezembro, em Vigo, o I Roteiro em Feminino Sons de Mulheres, com o objectivo de rendir uma homenagem a todas as mulheres que individual ou colectivamente foram protagonistas e pioneiras, com o seu trabalho, a sua sabiduría, a sua rebeldia…
Elas foram quem de ir abrindo caminho para todas nós, tecendo a história de Vigo, uma história que silencia em geral o grande labor das mulheres. É de justiça, por isso, fazer este reconhecimento para que a memória e a história dêem o protagonismo que corresponde às mulheres.
O Roteiro descurre por quinze pontos da cidade com os que MNG quer visibilizar as mulheres e atingir que a cidade de Vigo ponha em valor a igualdade tão necessária para construir uma sociedade democrática. Começará de modo guiado às 11:00 h. na praça 8 de Março, inaugurada em 2002 como um lugar para a reflexão lúdica e reivindicativa da situação atual das mulheres e um espaço integrador para a mostra de propostas cre-ativas.
Descurre pela Casa das Mulheres (Rua Romil, 20), reivindicação histórica do feminismo e realidade desde 2002, um espaço onde todas somos nós; o lavadoiro A barroca (Poboadores) lugar para a comunicação fora do olho patriarcal; a Praça da Ribeira do Berbés, a imprenta Juan Compañel (Rua Real, 12) onde se imprimiu em 1863 Cantares gallegos de Rosalía de Castro; a Estação Marítima, como testemunha da emigración, um éxodo que afectou por igual a homens e mulheres a começos do século XX; as ruas Pescadería e Cesteiras, enclaves tradicionais de trabalhos das mulheres; o mercado da Praça da Constituição; ou o Centro de Documentação e Recursos Feministas (Biblioteca Central) a única existente na Galiza.
O Roteiro continua depois pela rua do Príncipe, com uma paragem dedicada a Olimpia Valencia (rua do Príncipe, 11) a primeira mulher galega licenciada em medicina e com outras duas paragens (no Círculo Mercantil e no Marco, antiga corrente de Vigo) nas que se lembra a duas vítimas do fascismo. A primeira, Rosario Hernández Diéguez, A Calesa (Vigo, 1916-1936), filiada à UGT e vendedora de jornais torturada e assassinada por umha esquadra da Falanxe. E a segunda, Urania Mella Marco (Vigo, 1900- Lugo, 1945), presidenta da “Union de Mujeres Antifascistas de Vigo”, alfabetizadora e mestra de piano, que foi detida pela sua trajectória e condenada a morte. Foi-lhe comutada a pena por doce anos de cárcere, e morreu um mês depois de recuperar a sua liberdade.
Depois de uma paragem no Espaço contra a Violência de Género (rua Ronda dom Bosco) onde se situa um marcador electrónico que assinala o número de mulheres assassinadas durante o ano no Estado espanhol pelos seus casais ou exparelhas, o Roteiro remata na rua Concepción Arenal, 6, com uma lembrança às pedagogas e educadoras Concepción Arenal (Ferrol 1820-Vigo, 1893), Ernestina Otero Sestelo (Redondela 1890-1956) e Antía Cal (La Habana, 1923).
Ao remate deste percorrido guiado pelo roteiro, terá lugar no MARCO às 12:30 h. um acto de apresentação deste projecto que consistirá numa combinação da palavra com as artes cénicas e musicais, e que está aberto à toda a cidadania até completar o aforo.
Aguardamos que partilheis com nós a manham do próximo sábado 17 de dezembro..